segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Inapagável, por pouco tempo

Não consigo distinguir o domingo de segunda. Os dias passam iguais. A cama desforrada, o som que não reproduz nenhum timbre de voz melodioso, um porta-retrato sem imagem alguma. A vida tem passado imperceptível por mim. O tempo não está curando o meu amor. O vento não está espalhando os pedaços das minhas asas quebradas. Elas continuam aqui, caçoando da minha queda, arremessando verdades cortantes que me transformam em desilusão.
Definitivamente eu não consigo achar mais graça no brilho constante da lua. Não consigo sorrir ao ver as folhas alaranjadas pelo outono dançarem numa árvore após a breve ventania. Nem percebo mais o desenrolar dessas cenas; Passo mais tempo tentando criar coragem para seguir em frente. Talvez amanhã eu coloque alguns discos velhos para tocar e comece a recolher os pedacinhos das minhas -um vez inteiras - asas que me permitiram acariciar as nuvens. Mas nessa noite em que as gotas de chuva batem incessantemente na minha janela, me deixe pela última vez afogar-me na culpa e ilusão.

Texto: Mariana S. Cardoso




4 comentários:

  1. lindo teu blog, lindas tuas postagens :)

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  2. OHHHHHHHHHHHHHH, que UP! muito fofo seu blog, adorei :)

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  3. Muito bom teu blog. ^^
    E sim, às vezes, todos queremos nos afogar na culpa.

    Beijo.

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  4. ouch! que texto triste...
    espero que sejam só textos e que tu não esteja te sentindo assim!

    beijos mari! =*

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