segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ernesto e Ana

Ernesto era um homem ranzinza. Tinha a idade pelas casas dos quarenta e não via beleza em absolutamente nada.
Acordava as 6:30 hr, olhava através da janela e reclamava do tempo, -fosse ele ensolarado, chuvoso ou até mesmo um tempo fresco - ele nunca estava satisfeito.
Ele era trabalhador e ganhava muito bem , obrigado. Apesar da riqueza, nunca deixou sua casa mediana. Ele mal comprava nada. Ernesto não gostava suficiente de alguma coisa a ponto de querer possuí-la. Não tinha amigos e perdera contato com a família. Era o tipo de pessoa que não tinha razões para viver. Ele era tão normal, tão desinteressante que nem pensamentos suicidas se passavam pela sua mente. Seria drama demais. Ernesto não gostava de exageros. Ele nem gostava de "medianices" para ser honesta.
Até o dia em que ele viu a Ana passar pela mesa de seu trabalho. Ana tinha 38 primaveras muito bem vividas. Viajou o mundo, conheceu pessoas importantes -não personalidades mundiais e sim amigos para carregar no coração- , e tudo que alguém alegre e inquieta demais como ela poderia querer. Ela não era rica, não decidiu que faculdade faria, de primeira, e até hoje ela não sabe o que quer ser. Interessante até o último fio de cabelo e intensa ao extremo, a desmiolada logo se apaixonou por Ernesto, seu oposto, que também sentiu o mesmo.
A história só termina no dia em que eles não estiverem mais entre nós, mas posso dizer que depois que Ernesto encontrou a Ana, um mundo mais colorido e esplendido se abriu para extinguir o motivo de todo aquele mau-humor: A solidão.

Texto: Mariana S. Cardoso




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